Devido ao fato do ácido 5-hidróxi indol acético ser instável em pH fortemente ácido a amostra deve ser coletada em frasco limpo contendo 10 mL de ácido acético glacial. Amostras coletadas com ácido, mantidas PROTEGIDAS DA LUZ e REFRIGERADAS a 2-8°C são estáveis por até 3 dias. Amostras coletadas com ácido e MANTIDAS CONGELADAS a -20°C são estáveis por até 1 mês. Todas as amostras com solicitações para esses exames terão seu pH conferido pelo laboratório. Caso o pH da amostra seja superior a 4 ou inferior a 2, a amostra será analisada sob restrição devido a possível ausência do conservante ou degradação da amostra. Uma observação será colocada no laudo.
Três dias antes da coleta suspender o uso de medicamentos e se possível dispensá-los. Caso os medicamentos não possam ser suspensos, conversar com o Laboratório ou com seu médico.
Os medicamentos que mais interferem são: acetaminofeno, salicilatos, fenacetina, xaropes para tosse, naproxeno, mefenesina, metocarbamol, imipramina, isoniazida, inibidores da MAO, metenamina, metildopa, fenotiazina.
No dia anterior à coleta, evitar a ingestão dos medicamentos acima, e dos seguintes alimentos: banana, abacate, chocolates, berinjela, tomates, amendoim, kiwi, abacaxi, ameixa, nozes e bebidas alcoólicas.
Observações:
Manter o frasco com a urina de 24 h sob refrigeração.
Coletar todo o volume de urina emitido em 24 h.
Uso: diagnóstico de tumores carcinóides de células enterocromafins e de síndrome carcinóide.
O ácido 5 hidroxi indol acético (5-HIAA) é o principal metabólito urinário da serotonina (produto final do metabolismo do triptofano). A serotonina (5-hidroxitriptamina) é produzida pelas células enterocromafins, localizadas no trato gastrointestinal e, em menor grau, na mucosa brônquica, trato biliar e gônadas. Seus efeitos principais são a vasodilatação e agregação plaquetária. Os tumores carcinóides são capazes de produzir uma série de substâncias, como histamina, triptofano, peptídeo intestinal vasoativo, alguns hormônios, dependendo de sua localização e do processo fisiopatológico envolvido. Contudo, são a serotonina sérica e o 5-HIAA urinário os marcadores com maior desempenho no seu diagnóstico, bem como no diagnóstico da síndrome carcinóide, produzida pela liberação destas duas substâncias em quantidades consideráveis na circulação, com o aparecimento de diarréia, flush cutâneo, hipotensão e taquicardia.
Valores aumentados: tumores carcinóides, síndrome carcinóide, quadros mal absortivos (como espru, doença celíaca, doença de Whipple e fibrose cística, por exemplo), obstrução intestinal crônica.
Valores diminuídos: doenças depressivas, ressecção intestinal, mastocitose, fenilcetonúria, doença de Hartnup.
Limitações: o 5-HIAA pode ser encontrado dentro dos parâmetros da normalidade mesmo em pacientes com tumores carcinóides e até síndrome carcinóide (especialmente na ausência de diarréia), dependendo da situação fisiopatológica envolvida, como localização, metabolismo anômalo da serotonina, etc.
Interferentes: alguns medicamentos e alimentos podem elevar o 5-HIAA urinário falsamente, como acetaminofen, acetanilida, cafeína, cumarínicos, diazepam, efedrina, fluorouracil, guaiacolatos, anfetaminas, naproxeno, fenacetina, fenobarbital, fentolamina, rauwolfia, reserpina, abacate, bananas, abacaxi, tomates, nozes e amendoins, castanhas, etc. Outros medicamentos podem diminuir o 5-HIAA, como aspirina, clorpromazina, corticotropina, etanol, ácido gentísico, ácido homogentísico, hidrazina e derivados, imipramina, levodopa, inibidores da MAO, metenamina, metildopa, percloperazina, fenotiazinas, promazina, prometazina. Tais substâncias não devem ser ingeridas nos 3 dias que antecedem à coleta do material, para a obtenção de resultados confiáveis.